domingo

Na Redoma



Não lhe pergunte
o porquê desse medo;
qual é o segredo
que ele esconde
e nutre tão fortes
e poderosas raízes…

Se ela soubesse,
seria livre.

Como sair de onde
não sabe
como entrou?…

Que chave é capaz de abrir
uma porta que não existe?…

ju rigoni (2003)


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Pretéritos



Guardados assim,
na gaveta
da escrivaninha antiga,
entre traças e cupins,
textos, fotografias, -
uns sobre os outros,
amarelados, rendados,
semi-destruídos...
Guardados, não!...
Escondidos de mim...
no velho porão.

Tirá-los de lá?
Mexer nas feridas?...
Tentar curá-las?!
Soprar-lhes ainda alguma dita?...
Não sei...

Por qual razão os esqueci?
Por que abanonei ali
parte da minha vida?

Por quais estranhos caminhos
fui reconduzida a um passado
que, de tão passado,
a pragas serve de alimento?...

Por que só agora
a memória
o devolve a mim?...

ju rigoni (sem registro de data)


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Pressão Convergente




Não! Não há de colher a flor, -
arriscar-se, e uma vez mais
ferir-se em seus espinhos...

Coração apertadinho, -
repuxado pela cicatriz do fim
do momento em que foi feliz...

Certeza sem pulso,
acelerado,
bate/bate/bate, -
defesa ao invés de ataque...

Adeus, tentativa e erro!
Nunca mais um desafio...

ju rigoni (1998)

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Hiatus



Bruxa e fada;
caldeirão e canetinha de condão...
No feitiço da noite
o desmaio da madrugada
a recobrar os sentidos da aurora -
poção, encanto, -
magia...
Encontro da luz
com a palavra...

ju rigoni (2003)


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