Há muitas vidas
em seus pensamentos…
Fluídos que extrapolam
o volume do vidro.
Caneta ao alcance,
destila destinos…
E o papel companheiro
é abrigo, é porto,
é umbigo… e cordão.
Enquanto escreve
mais vida tem…
Mais vidas lhe vêm…
Ao reunir pensamentos,
em prosa ou em verso,
sentidos em alerta,
no prazer do espasmo
outra vez semeia
o espargir congesto…
O útero estranho aquiesce
à perene prenhez..
E cresce,… cresce,… cresce…
À insônia serve
o criado-(nem tão)mudo…
Livros, relógio, água, aspirinas,
caneta, papel…
O amanhã transborda
do presente passado…
Mais e mais histórias
paridas pelas histórias
das histórias recém-nascidas.
Amanhece…
Ainda desperto,
ele escreve… escreve… escreve…
ju rigoni (2006)
Visite também
Fundo de Mim,
Dormentes,
Medo de Avião.